Faz algum tempo já que não posto mais no blog, coisas de minha propria autoria.
Certa vez me disseram que escrevemos quando estamos vivendo fortes emoções.
Eu não sinto mais vontade de escrever e de desabafar o que me faz mal. Porque é sempre a mesma ladainha e acho cansativo fica falando sempre da mesma coisa.
Quando eu tinha treze anos de idade, meu pai me disse que eu era uma pessoa triste.
E hoje eu vejo que por partes, ele não estava errado.
Mas eu mesma não sou assim porque escolhi isso para mim. Quem iria escolher ser uma pessoa triste?
As minhas emoções sempre são as mesmas...eu sinto que nunca vai mudar.
Talvez até seja porque eu não queira isso.
É algo inexplicável. Faz parte do meu eu.
É um vazio.
Eu já fui muito de escrever...sim. Escrever sempre me deu uma direção. As vezes quando eu olho postagens anteriores eu me pergunto se eu já fui assim.
Eu escrevo para colocar o que me incomoda para fora mas, de uns tempos para cá nem isso ao menos consigo fazer. Tudo fica guardado aqui dentro.
É como se eu estivesse anestesiada...Tanto faz. Não me importo.
Eu já me acostumei a viver nessa condição tanto que nem me fere mais.
Outro dia um amigo meu me disse algo que eu fiquei sem palavras...disse que eu sou a pessoa mais bonita que ele conheceu porque, segundo ele, sou bonita por fora e por dentro mas, essa minha melancolia e tristeza acaba estragando tudo de bom que há em mim.
Eu queria me livrar disso...eu até consigo. Mas sempre volta...
Talvez o medo da solidão é o que mais me assusta. Eu, ficando velha e sozinha na minha casa...
Todos esses defeitos, toda essa fraqueza e esses conflitos internos fazem parte do meu eu. Eu queria mudar, eu poderia mudar.
Mas mesmo que isso seja péssimo, isso é o que sou.
Posso até mudar quando for a hora de mudar. Mas, não me sinto pronta para isso.
Outra coisa que gostaria de me livrar é das minhas lembranças...elas me queimam por dentro.
Eu queria poder esquecer tudo de mal que me fizeram, os bolos e tufos que levei das pessoas e como a minha auto-estima despencou por causa disso...
Uma pessoa forte superaria isso rápido, ou nem levaria em consideração as merdas que ouve.
Mas eu não, eu absorvo tudo de ruim que me dizem, o que me fazem...
Talvez eu absorva tudo isso de ruim porque, de certa forma eu concordo com o que me falam.
Eu nunca tive uma boa auto-estima, mesmo que me digam coisas maravilhosas...
Eu quero esquecer isso. Quero cicatrizar minhas feridas e passar por cima disso tudo e mostrar que eu sou melhor.
Mas isso leva tempo e tempo leva paciência. Paciência, outra virtude que eu não possuo.
A minha cabeça anda confusa e sem direção. As minhas emoções me queimam mas eu não as sinto mais.
Sinto falta de pessoas que nunca fizeram parte da minha vida.
Eu acordo, passo o dia, vou dormir...pensando nele.
Mas mesmo sentindo falta delas não a quero de volta, já doeu uma vez.
Constantemente confusa, insegura e maluca. É assim que me estabeleço.
Sempre falando sobre minhas emoções e querendo me reencontrar.
Isso foi o que me tornei quando me separei de eu mesma.
Eu olho e vejo o que me incomoda, o que me agrada e jogo no papel.
Para poder ver o que mudar. Quando, o que, e o por que mudar.
É uma forma de não errar mais (até agora não deu certo)
Querendo sempre dessa forma descobrir do que é feita a minha essência. Do que ela precisa.
Como um pássaro preso a uma gaiola querendo voar.
Um pássaro de cores fortes querendo se libertar.
Isso é o que sou.
Eternamente pássaro vermelho.