"Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase.É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Gaste mais horas realizando que sonhando...
Tá chovendo lá fora, e tá trovejando aqui por dentro.
Sabe quando você sente que é o fim? Que não há mais nada que possa ser feito? Mas não um fim explícito, um que dói mais. E o mais engraçado de tudo, é que me sinto triste. Por que tristeza pelo abandono de algo que só te fez mal? Também não sei. Talvez seja aquela birra de fazer dar certo o que não deu. E o que não consegui mudar. Frustração explica bem.
A gente aprende com a dor o que a felicidade não pode ensinar .
Nada em mim é passivo. Tudo em mim fura, arrebenta, endurece, estoura na cara dos outros."
CORRUPÇÃO
Há 10 anos
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